Na Conferência Geral de abril de 2020 d’A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, em comemoração do bicentenário da primeira visão, o Presidente Russel M. Nelson apresentou-nos um símbolo que representa o lugar central que Jesus Cristo ocupa na Sua Igreja[1]. Este símbolo inclui o nome da Igreja gravado numa pedra de esquina, significando que Jesus Cristo é a principal pedra de esquina. Simbolicamente, Jesus Cristo está de pé, sob um arco. O arco lembra-nos do Salvador ressuscitado, a emergir da tumba no terceiro dia após a Sua Crucificação. No centro do símbolo, está uma representação da estátua de mármore do “Christus” de Thorvalsen. Esta foi esculpida em 1820 e retrata o Senhor vivo e ressuscitado, a estender a mão para abraçar, com amor, todos os Seus filhos que vierem até Ele. Eu já vi a estátua original em Copenhaga e réplicas a adornar os jardins dos templos e os centros de visitantes de templos na Europa e sinto-me sempre tocado pelos Seus braços abertos que parecem querer abraçar-me. As feridas nas Suas mãos e pés relembram-me do preço que Ele pagou para que eu pudesse voltar a casa.
Existem inúmeros dons que o nosso Pai Celestial deseja que recebamos para garantir o nosso regresso a casa, para os Seus braços de amor [2],[3],[4].
Lembro-me duma experiência com um novo companheiro missionário. Nos primeiros dias, pensei que eu é que sabia mais do que ele. Quando decidimos conversar, ele pediu-me para fazer uma oração. Lembro-me, vividamente, no início da oração, de ter tido um sentimento de paz e amor quase arrebatador e de ter dito o quão estava arrependido por ser tão arrogante e desagradável e de ter pedido perdão ao meu companheiro. Aquilo mudou o nosso relacionamento como companheiros. Não sei exatamente qual foi o dom que recebi, mas considero-o como sendo uma terna misericórdia de Deus.
Sabemos que nem todos têm todos os dons, mas todos recebemos um dom [5] e esses dons são-nos dados, não como um sinal, mas sim como um meio de obedecer ao nosso mandato divino de ajudar na coligação de Israel de ambos os lados do véu[6]!
Uma maneira divina de combinar e multiplicar as bênçãos dos nossos dons para o benefício de outros é trabalharmos em conselhos e servirmos juntos.
Será que já se questionaram sobre quais seriam os dons que vos poderiam ajudar a honrar melhor os vossos chamados divinos na família ou na Igreja? Será que é o dom da caridade que gostaríamos de desenvolver em relação a um determinado irmão ou irmã, [7], ou o modo como podemos ensinar melhor os nossos filhos ou os demais membros da Igreja[8]? Existem inúmeros dons essenciais e que são dados àqueles que os procuram.
No entanto, não é uma coincidência que, em Doutrina e Convénios, a longa lista de dons do Espírito comece com estes dois dons:
1. O dom de saber pelo Espírito Santo que Jesus Cristo é o Filho de Deus e o nosso Redentor[9].
2. O dom de acreditar nas Suas palavras para que também eles possam ter vida eterna, se permanecerem fiéis[10].
Por vezes, podemos sentir que nos falta algo que não sabemos, mas que acreditamos. Meus queridos irmãos e irmãs, nunca subestimem o dom de acreditar: O Elder Jeffrey R. Holland afirmou: “com todo o fervor da minha alma [digo] que [acreditar] é uma palavra preciosa, [e] um ato ainda mais precioso” e que ninguém se deve desculpar por “apenas acreditar[11]”. E mesmo que ainda não consigamos acreditar, mas tenhamos o desejo de acreditar[12], este pode ser o ponto de partida para receber dons espirituais. Russel M. Nelson declarou: “O nosso Salvador e Redentor, Jesus Cristo, irá realizar algumas das Suas obras mais poderosas entre o momento presente e o dia da Sua Segunda Vinda. Meus amados irmãos e irmãs… Imploro que ampliem a vossa capacidade espiritual de receber revelação”. Vamos todos esforçar-nos por seguir o apelo do nosso amado profeta de receber mais dos dons que o nosso Pai Celestial preparou para nós. Eles irão ajudar-nos a encontrar o caminho de volta a casa, onde Ele aguarda, ansiosamente, a nossa chegada para poder abraçar-nos novamente.
[1] Russel M. Nelson, “Abrir os Céus para Obter Ajuda”, Conferência Geral, abril de 2020
[6] Manual Geral, Capítulo 1.2 - O Trabalho de Salvação e Exaltação
[11] Jeffrey R.Holland, “Eu Creio, Senhor”, Conferência Geral, abril de 2013