Todos os anos, ao celebrarmos o Natal, pensamos em presentes para oferecer. Alguns anseiam alegremente por aquilo que podem dar e como podem surpreender alguém. Para outros, essa tradição anual enquadra-se mais na categoria de tarefa stressante. Na nossa família, a minha esposa tem a alegria de dar impressa no seu ADN, enquanto que eu já sou aquele que geralmente tem dificuldade em encontrar algo que seja significativo e valioso. Eu ponderei sobre a razão de assim ser. Embora existam muitos fatores que contribuem para tal, inclusive diferenças de personalidade e preferências, apresento-vos um indicador que pode ajudar-nos a todos a perceber se determinado presente é significativo, tanto para quem dá como para quem recebe.
O Salvador ensinou: “Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a sua vida pelos seus amigos. Vós sereis meus amigos…”[1]. João escreveu: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigénito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.”[2] Sabemos que a maior e mais preciosa dádiva de todos os tempos foi a dádiva da Expiação de Jesus Cristo, concedida tanto pelo Pai como pelo Filho. Em virtude desta dádiva, a morte não tem aguilhão e o túmulo não tem vitória[3]. Em virtude da Expiação de Cristo, a redenção, a salvação eterna e a exaltação estão ao alcance de toda a humanidade — até mesmo de todos os que assim quiserem.[4]
Somos atraídos por estas dádivas devido ao seu valor pessoal eterno. No entanto, saber que estas foram ofertadas com um amor genuíno e divino está para além de toda a nossa imaginação. Pensem no seguinte: O Salvador ama-nos tanto que, verdadeiramente, deu a Sua própria vida por nós. O nosso Pai Celestial ama-nos tanto que, voluntariamente, deu o Seu Filho Unigénito por nós. À medida que começarmos a compreender estas verdades poderosas, este mesmo amor irá inundar o nosso coração de modo que, com profunda gratidão, desejaremos cantar:
Assombro me causa o amor que me dá Jesus
Confuso estou pela graça [da] Sua luz E tremo ao pensar que por mim [a] Sua vida deu. Por mim, tão humilde, Seu sangue Jesus verteu Que assombroso é, oh! Ele me amou e assim me resgatou Que assombroso é, assombroso sim![5]
Sabendo o quão imprudente, rebelde e orgulhoso eu consigo ser às vezes, surpreende-me que Deus, ainda assim, me conceda tanta misericórdia, amor e devoção. Como é que posso, então, demonstrar-Lhe a minha gratidão?
Em primeiro lugar, recebamos, conscientemente, a dádiva: “Pois de que vale a um homem ser-lhe conferida uma dádiva e não a receber? Eis que ele não se regozija no que lhe foi dado nem se regozija naquele que faz a doação”.[6] Recebemos a dádiva e abraçamos quem nos a dá, demonstrando a nossa gratidão através da alegria e do amor. “Que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei”,[7] ordenou o Salvador e “Se me amais, guardai os meus mandamentos”.[8]
Em segundo lugar, aprendamos com o nosso Salvador. A nossa alegria pela Sua dádiva incompreensível multiplicar-se-á à medida que a partilharmos com amor e compaixão. Quando ministramos a outros, estamos na realidade a partilhar a mensagem de Cristo, que disse: “Quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes”.[9]
É minha oração, que nesta época Natalícia oremos com real intenção para que o Senhor nos envie oportunidades, ao longo das próximas semanas e meses, de amar mais, partilhar mais e convidar mais dos nossos irmãos e irmãs a receber a maior e mais preciosa dádiva do nosso Salvador. A Sua dádiva irá, verdadeiramente, encher-nos de grande alegria, pois é desejável para nos fazer felizes.[10]