A Marca do Verdadeiro Crente

A Marca do Verdadeiro Crente
Elder Alessandro Dini Ciacci
Elder Alessandro Dini Ciacci Itália, Setenta de Área

O apóstolo Paulo passou mais de três anos entre os Santos em Éfeso. Durante esse período, os efésios presenciaram milagres, curas e eventos prodigiosos. Tal como Paulo atestou: “a palavra de Deus” entre eles “crescia poderosamente… e prevalecia”.1

Mas a sua pregação e as manifestações do poder de Deus causaram tanto alvoroço entre os incrédulos, que Paulo foi obrigado a deixar Éfeso. Ele deslocava-se de terra em terra para pregar, mas antes de regressar a Jerusalém sentiu a necessidade de instruir e alertar os seus amigos mais uma vez. Incapaz de regressar a Éfeso, ele mandou chamar os Elderes locais da igreja. Ele recordou-os de que tinha passado todo o seu tempo em Éfeso a ensinar o que era proveitoso ― “a conversão a Deus, e a [no] nosso Senhor Jesus Cristo”2 — e depois advertiu-os: “Olhai, pois, por vós, e por todo o rebanho… porque… depois da minha partida, entrarão entre vós lobos cruéis, que não pouparão o rebanho”3. Ele acrescentou ainda que “se levantarão homens que falarão coisas perversas” que seriam a ferramenta que esses “Lobos cruéis” usariam “para [atrair] os discípulos após si”. 4

Ao regressar a Jerusalém, ele foi preso e levado para Roma. Enquanto pregava o verdadeiro evangelho, mesmo como prisioneiro em Roma, sabendo que a sua vida estava perto do fim, Paulo sentiu a urgência de escrever aos membros da Igreja em Éfeso

Quando lá esteve pessoalmente, o primeiro ato de Paulo foi: “[impor-lhes as suas] mãos [e] veio sobre eles o Espírito Santo”. 5

Agora, ao escrever as suas últimas palavras de ensinamento aos seus amados amigos e conservos em Éfeso, Paulo começa por elogiá-los pela “fé que entre [eles] há no Senhor Jesus, e a caridade para com todos os santos”6. Ele também reconhece que, embora, anteriormente estivessem “mortos pelas ofensas e pecados” e tenham sido “por natureza filhos da ira”, eles agora tinham sido “vivificados… juntamente com Cristo”.7

Paulo contrasta a inimizade que os membros da Igreja em Éfeso tinham sentido uns contra os outros, antes de se arrependerem, exercerem fé e receberem o Espírito Santo, com o facto de serem agora “concidadãos dos santos e da família de Deus” através do “espírito”8.

Ele expressa ainda os desejos do seu coração ao dizer-lhes: “Por causa disso ponho[-me] de joelhos perante o Pai [do] nosso Senhor Jesus Cristo, para que… vos conceda, estando arraigados e fundados em amor… conhecer o amor de Cristo… para que sejais cheios de toda a plenitude de Deus”.9

Para ajudar os Santos a ser cheios da plenitude de Deus, que ele acabara de mencionar, Paulo faz uma lista detalhada de comportamentos que irão garantir que esses bons homens e mulheres “não [entristecem] o Espírito Santo de Deus”.10

Ele diz-lhes: “Toda a amargura, e ira, e cólera, e gritaria, e blasfémias e toda a malícia sejam tiradas de entre vós. Antes, sede uns para com os outros benignos, misericordiosos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo”.11

Embora consciente da bondade deles , manifestada pelo seu arrependimento, fé e pelo facto de serem dignos das manifestações do Espírito Santo, Paulo advertiu os seus amigos sobre o poder potencialmente destrutivo das palavras, tanto daquelas proferidas por lobos ferozes fora do rebanho, como pelo “falar mal” daqueles dentro do rebanho.

No início da sua vida, Saulo tinha utilizado palavras para destruir os crentes; agora, depois de aceitar o Senhor, Paulo deseja que o seu modo de falar seja uma prova de que ele mudou e uma marca de que é um verdadeiro crente. Paulo parece estar a indicar que receber as ordenanças e ter o Espírito Santo não é suficiente, pois uma marca dos verdadeiros crentes é “ser… benignos uns para com os outros”.

 

 

1Atos 19:20

2Atos 20:21

3 Atos 20:28-29

4 Atos 20:30

5 Atos 19:6

6 Efésios 1:15

7 Efésios 2:1, 3, 5

8 Efésios 2:19, 22

9 Efésios 3:14, 16, 17, 19

10 Efésios 4:30

11 Efésios 4:31-32